Militar
franco-brasileiro Augusto João Manuel Leverger, mais conhecido como barão do
Melgaço – título conferido em 1865 pelo Imperador D. Pedro II – que nasceu em
1802 na cidade-corsária de Saint Malo na França e foi naturalizado brasileiro
em 1844. Ingressou na Marinha Imperial Brasileira como 2º tenente em 11 de
novembro de 1824 e inclusive atuou na defesa das fronteiras brasileiras durante
a Guerra do Paraguai (1864 até 1870), sendo cinco vezes o presidente da
província de Mato Grosso. Deixou importantes obras científicas, destacando os
trabalhos hidrográficos do estado do Mato Grosso, o Dicionário Geográfico da
Província de Mato Grosso e ainda um importante roteiro de navegação pelo rio
Paraguai. Produziu também cartas, mapas, outras plantas hidrográficas e
memórias históricas. Faleceu em Cuiabá – MT, em 14 de janeiro de 1880, aos 78
anos. -
Foi escritor, herói da Guerra do Paraguai e presidente da província de
Mato Grosso
em várias ocasiões. Chegou mesmo a ter o apelido de Bretão de Cuiabá!
Segundo seu biógrafo Virgílio Correia Filho, era marinheiro
desde muito jovem, tendo chegado ao Brasil em 1824. Um decreto de 26 de
maio de 1825
o nomeou segundo-tenente.
Filho de Mathurin Michel Leverger e Regina
Corbes, chegou a Cuiabá em 23 de novembro de 1830. Casou-se com Inês de
Almeida Leite em 1843.
Foi escritor,
historiador
e geógrafo, estando entre seus principais interesses a hidrografia.
Foi a figura mais importante da literatura Mato Grossense de sua época.
Por decreto do Imperador referendado por Cândido José de Araújo Viana em 18 de
junho de 1841,
enquanto Capitão-Tenente da Armada Nacional e Imperial, recebeu a mercê do
Hábito da Ordem da Rosa e licença para usar sua insígna.
Já Capitão de Fragata, foi promovido a oficial da mesma Ordem em 10 de dezembro
de 1844.
Devido a seu conhecimento da província de Mato
Grosso, foi nomeado Cônsul-Geral do Brasil em 1839 para estabalecer
boas relações com o Paraguai, sobretudo no tocante à navegação do Rio Paraguai
e ao estabelecimento de fronteiras. Aceitou este cargo somente em 1843.
Quando da Guerra do Paraguai, lutou no Forte de
Coimbra e fez erguer as Fortificações de Melgaço para proteger Cuiabá
do avanço das tropas de Solano López. Por ter impedido que as tropas
invasoras atingissem a capital mato grossense e devido ao seu envolvimento na
guerra, foi consagrado herói.
Em carta de agradecimento ao Imperador D. Pedro II (1840 - 1889) por ter recebido o
título de barão,
escreveu: "... peço a V. Ex. o obséquio de tratar da obtenção do
diploma, brasão, etc., pois não tenho tempo nem facilidade de imaginar coisa
alguma a esse respeito. Ministrar-lhe-ei as seguintes verídicas informações.
Não sei a significação nem a etimologia de Melgaço. É o nome de uma série de
colinas que bordam o Rio Cuiabá, distante vinte léguas ..."
Foi, ainda, nomeado pelo Imperador, em diversas
ocasiões, presidente ou vice-presidente da Província do Mato Grosso. Em 9 de
Junho de 1857,
o Imperador D. Pedro II como Grão-Mestre da Ordem de São Bento de Avis o nomeou, em
atenção a seus serviços militares, Comendador da Ordem - era então Chefe de
Divisão; o decreto está referendado pelo marquês de Olinda. Em 22 de setembro de 1857, o Imperador o nomeou
Vice-Presidente da Província de Mato Grosso, em decreto igualmente referendado
pelo Marquês de Olinda. Mais tarde, já Chefe de Esquadra reformado, o Imperador
lhe concedeu em 1º de Outubro de 1857 permissão para continuar a residir na Província. Em 2 de
Outubro de 1865,
do Palácio da vila de Uruguaiana, e em atenção «a seu distinto merecimento e
patriotismo», o Imperador o nomeou Presidente da Província em substituição a Manoel Pedro Drago. Três
anos depois, do Palácio do Rio de Janeiro em 28 de Junho de 1868, o Imperador o nomeou
Presidente da Província por segunda vez, em decreto referendado por Paulino José Soares de Sousa.
Após a sua morte fizeram-se vários projetos para
publicar a sua obra, o que, no entanto, nunca ocorreu. Quando do governo de Manuel José Murtinho em Mato Grosso, um
monumento foi erguido sobre o seu túmulo no Cemitério da Piedade, em
Cuiabá.
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