terça-feira, 17 de março de 2015

QUEM FOI BARÃO DE MELGAÇO?



Militar franco-brasileiro Augusto João Manuel Leverger, mais conhecido como barão do Melgaço – título conferido em 1865 pelo Imperador D. Pedro II – que nasceu em 1802 na cidade-corsária de Saint Malo na França e foi naturalizado brasileiro em 1844. Ingressou na Marinha Imperial Brasileira como 2º tenente em 11 de novembro de 1824 e inclusive atuou na defesa das fronteiras brasileiras durante a Guerra do Paraguai (1864 até 1870), sendo cinco vezes o presidente da província de Mato Grosso. Deixou importantes obras científicas, destacando os trabalhos hidrográficos do estado do Mato Grosso, o Dicionário Geográfico da Província de Mato Grosso e ainda um importante roteiro de navegação pelo rio Paraguai. Produziu também cartas, mapas, outras plantas hidrográficas e memórias históricas. Faleceu em Cuiabá – MT, em 14 de janeiro de 1880, aos 78 anos. -
Foi escritor, herói da Guerra do Paraguai e presidente da província de Mato Grosso em várias ocasiões. Chegou mesmo a ter o apelido de Bretão de Cuiabá! Segundo seu biógrafo Virgílio Correia Filho, era marinheiro desde muito jovem, tendo chegado ao Brasil em 1824. Um decreto de 26 de maio de 1825 o nomeou segundo-tenente.
Filho de Mathurin Michel Leverger e Regina Corbes, chegou a Cuiabá em 23 de novembro de 1830. Casou-se com Inês de Almeida Leite em 1843.
Foi escritor, historiador e geógrafo, estando entre seus principais interesses a hidrografia. Foi a figura mais importante da literatura Mato Grossense de sua época.
Por decreto do Imperador referendado por Cândido José de Araújo Viana em 18 de junho de 1841, enquanto Capitão-Tenente da Armada Nacional e Imperial, recebeu a mercê do Hábito da Ordem da Rosa e licença para usar sua insígna. Já Capitão de Fragata, foi promovido a oficial da mesma Ordem em 10 de dezembro de 1844.
Devido a seu conhecimento da província de Mato Grosso, foi nomeado Cônsul-Geral do Brasil em 1839 para estabalecer boas relações com o Paraguai, sobretudo no tocante à navegação do Rio Paraguai e ao estabelecimento de fronteiras. Aceitou este cargo somente em 1843.
Quando da Guerra do Paraguai, lutou no Forte de Coimbra e fez erguer as Fortificações de Melgaço para proteger Cuiabá do avanço das tropas de Solano López. Por ter impedido que as tropas invasoras atingissem a capital mato grossense e devido ao seu envolvimento na guerra, foi consagrado herói.
Em carta de agradecimento ao Imperador D. Pedro II (1840 - 1889) por ter recebido o título de barão, escreveu: "... peço a V. Ex. o obséquio de tratar da obtenção do diploma, brasão, etc., pois não tenho tempo nem facilidade de imaginar coisa alguma a esse respeito. Ministrar-lhe-ei as seguintes verídicas informações. Não sei a significação nem a etimologia de Melgaço. É o nome de uma série de colinas que bordam o Rio Cuiabá, distante vinte léguas ..."
Foi, ainda, nomeado pelo Imperador, em diversas ocasiões, presidente ou vice-presidente da Província do Mato Grosso. Em 9 de Junho de 1857, o Imperador D. Pedro II como Grão-Mestre da Ordem de São Bento de Avis o nomeou, em atenção a seus serviços militares, Comendador da Ordem - era então Chefe de Divisão; o decreto está referendado pelo marquês de Olinda. Em 22 de setembro de 1857, o Imperador o nomeou Vice-Presidente da Província de Mato Grosso, em decreto igualmente referendado pelo Marquês de Olinda. Mais tarde, já Chefe de Esquadra reformado, o Imperador lhe concedeu em 1º de Outubro de 1857 permissão para continuar a residir na Província. Em 2 de Outubro de 1865, do Palácio da vila de Uruguaiana, e em atenção «a seu distinto merecimento e patriotismo», o Imperador o nomeou Presidente da Província em substituição a Manoel Pedro Drago. Três anos depois, do Palácio do Rio de Janeiro em 28 de Junho de 1868, o Imperador o nomeou Presidente da Província por segunda vez, em decreto referendado por Paulino José Soares de Sousa.
Após a sua morte fizeram-se vários projetos para publicar a sua obra, o que, no entanto, nunca ocorreu. Quando do governo de Manuel José Murtinho em Mato Grosso, um monumento foi erguido sobre o seu túmulo no Cemitério da Piedade, em Cuiabá.

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